Eu odeio como, hoje em dia, dá pra levar qualquer coisa com você, como se diz em inglês – take away. Benjamin errou. Não é a reprodução, é a portabilidade que mata – tudo é fácil demais.
Texto de Daniel Horch e RaquelGarbelotti, extraído do livro-exposição-portátil Amor love.
3 comentários:
E é muito fácil se deixar seduzir pelo vício de querer tomar tudo para si, levar tudo para casa, ter tudo no HD. A reprodução deve ter sido o início da portabilidade. E a portabilidade letal, é o início do quê?
é o iníco de um tempo estranho, que coexiste num espaço infinito em intensas e fugazes conexões, mas estreito no contato com os outros seres vivos.
é o início de um tempo bizarro, que nos permite atravessar fronteiras com apenas um "click", mas nos impede, muitas vezes, de sentir o ser humano mais próximo.
é o início de alguma coisa q a gente só vai saber o q é quando passar.
Passar vai, só não vai voltar ao que era antes. Não vai passar de vez, vai passar para um novo estágio, de onde será mais fácil delimitar exatamente o que houve no estágio bizarro recém-passado. E, se o estágio seguinte for ainda mais bizarro, não há por que nos surpreendermos, já que os seres vivos na Terra já se extinguiram uma vez.
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