segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Fogo na grade

Os dedos dele seguravam-na pelo sexo, formando uma concha pélvica que ia da bunda até o umbigo. O desejo dela escorria pelas pernas e encontrava o calcanhar dele, pelo roçar do salto na pele áspera. O contato do corpo com a grade a excitava, provocando a liberação de curtos, mas intensos gritinhos. Ele bufava e exprimia uma feição peculiar, como se algo o confortasse e o incomodasse ao mesmo tempo. O odor dos corpos poderia ser sentido por qualquer transeunte. O ar estava tão infestado, que o gosto deles poderia ser tragado pelo cigarro do executivo que caminhava na calçada. As sete horas se aproximavam e o movimento da rua ia aumentando, mas o casal parecia pouco se importar com isso, afinal, um pedaço branco de pescoço vale mais do que mil olhares reprovadores.

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