terça-feira, 2 de setembro de 2008

Romance reproduzível

Eu odeio como, hoje em dia, dá pra levar qualquer coisa com você, como se diz em inglês – take away. Benjamin errou. Não é a reprodução, é a portabilidade que mata – tudo é fácil demais.

Texto de Daniel Horch e RaquelGarbelotti, extraído do livro-exposição-portátil Amor love.

3 comentários:

Douglas Dickel disse...

E é muito fácil se deixar seduzir pelo vício de querer tomar tudo para si, levar tudo para casa, ter tudo no HD. A reprodução deve ter sido o início da portabilidade. E a portabilidade letal, é o início do quê?

Juliana Ben disse...

é o iníco de um tempo estranho, que coexiste num espaço infinito em intensas e fugazes conexões, mas estreito no contato com os outros seres vivos.
é o início de um tempo bizarro, que nos permite atravessar fronteiras com apenas um "click", mas nos impede, muitas vezes, de sentir o ser humano mais próximo.
é o início de alguma coisa q a gente só vai saber o q é quando passar.

Douglas Dickel disse...

Passar vai, só não vai voltar ao que era antes. Não vai passar de vez, vai passar para um novo estágio, de onde será mais fácil delimitar exatamente o que houve no estágio bizarro recém-passado. E, se o estágio seguinte for ainda mais bizarro, não há por que nos surpreendermos, já que os seres vivos na Terra já se extinguiram uma vez.