sábado, 14 de fevereiro de 2009

fonte da vida

É nesses dias que mais gosto dele. Quando o tempo é curto e a vontade é muita. Quando o som provoca e a cor invade. Quando a luz é turva. É nesses dias contados que mais gosto de tê-lo. Sentir seu cheiro cálido e seu ar magistral, num dançar de sombras constantes, harmônicas, como se o ritmo dele ditasse o ritmo do universo. Perder-se nele. Embevecer-se. Como quem ama e chora. Como nós.
Depois, vem o toque. Frio, forte e despertante. Começa pelos pés e vai subindo até alcançar as coxas e a púbis. O deslizar do seu fruto condensa as sensações mais renovadoras, mais energizantes. Fundir-se a ele é como jogar pinball no espaço e depois descansar numa nuvem-nave lá para as bandas de saturno. Estar em sua companhia significa tudo.
Quando me desligo dele, continuo sentindo suas vibrações. Elas me acompanham por um tempo quase determinado. Com o passar dos meses, elas vão se dissipando e dando lugar às energias da cidade, mais pesadas e confusas. Mas quando chega setembro, já anseio por ele e começo a planejar um novo encontro. Gosto de imaginá-lo quente: vivo e possante. Gosto de pensar que ele me espera. Gosto do gosto dele em mim e de tudo que lembra a nossa presença. E quando, finalmente, nos reencontramos, gosto de gritar:
- Que saudades de ti, meu amor-mar!