domingo, 26 de fevereiro de 2012

Nada acontece duas vezes

Nada acontece duas vezes
nem vai acontecer, por isso
sem experiência nascemos
sem rotina morreremos

Nessa escola do mundo
nem sendo maus alunos
repetiremos um ano,
um inverno, um verão.

Nunca é o mesmo dia,
não há duas noites parecidas,
igual olhos-nos-olhos,
dois beijos que se repitam.

Ontem enquanto teu nome
em voz alta pronunciavam
senti como se uma rosa
caísse pela janela.

Agora que estamos juntos
me volto em direção ao muro.
Rosa? Como é a rosa?
Como uma flor ou uma pedra?

Me diz por que, ó céus,
Com medo inútil te mesclas.
És e por isso passas
Passas, por isso és bela.

Meio abraçados, sorrindo,
Buscaremos o juízo
Ainda sendo tão diferentes
Como duas gotas de água pura.

Poema de Wislawa Symborska
Tradução livre do espanhol por Juliana Ben

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Nada sucede dos veces

Nada sucede dos veces
ni va a suceder, por eso
sin experiencia nacemos,
sin rutina moriremos.

En esta escuela del mundo
ni siendo malos alumnos
repetiremos un año,
un invierno, un verano.

No es el mismo ningún día,
no hay dos noches parecidas,
igual mirada en los ojos,
dos besos que se repitan.

Ayer mientras que tu nombre
en voz alta pronunciaban
sentí como si una rosa
cayera por la ventana.

Ahora que estamos juntos,
vuelvo la cara hacia el muro.
¿Rosa? ¿Cómo es la rosa?
¿Como una flor o una piedra?

Dime por qué, mala hora,
con miedo inútil te mezclas.
Eres y por eso pasas.
Pasas, por eso eres bella.

Medio abrazados, sonrientes,
buscaremos la cordura,
aun siendo tan diferentes
cual dos gotas de agua pura.

De Wislawa  Szymborska, 1957
Versión de Gerardo Beltrán