segunda-feira, 8 de março de 2010

Para Caio

(seria quase um plágio se não fosse uma homenagem)

Disponível. Palavra bonita. Peguei emprestada do melhor poeta pra te dizer que tudo que eu vou dizer agora é mais importante do que tudo que eu já disse um dia. Olha. Sente. Pega a minha mão. Percebe? O receio e o encantamento se misturam, assim como o marrom e o rosa da tua boca. E o áspero e o velho do teu casaco. E o falso sentido do teu perdão. E o meu falso pedido de perdão. E tudo aquilo que não foi visto. E que podia ser feito. Talvez não pudesse. Talvez não quisesse. É provável que não fosse, não vinha, não tinha.
Secreto. Como tudo que sai de ti. Como tudo que me comove. Abstrato. Teu desejo. Teu medo. Teu porvir. Borrado. Nós dois. Passado. Presente que se quer pesado. Pesado que não se quer nunca. Gosto de pedra quente em assoalho roxo. Vertigem de todas as coisas. Remédio para a pisada funda. Cor de sem. Projeto incansável. Amarelo que dói nos olhos. Um caule fincado em mim.

Um comentário:

Eduardo Marques disse...

Áspero.

Secreto.

Abstrato.

Pedra quente no roxo assoalho.