sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Today is today

Possibilidades. Há sempre mais delas do que a gente imagina, já diria o ex-jogador de futebol, Eric Cantona, no filme “À procura de Eric”. Numa certa perspectiva, o conflito vem acompanhado das alternativas de solução para ele. O problema é um só, mas as soluções podem ser muitas. A pluralidade se faz presente e mostra como a incerteza, que está nas múltiplas possibilidades, torna a vida mais interessante e muito mais transcedental. Na música “Uma forma delicada de calor”, Lobão nos diz que a beleza de tudo é a certeza de nada, e que o talvez torna a vida um pouco mais atraente. Concordo com Lobão. O belo, o talvez e o acaso tem uma forte ligação, e sentir essa ligação provoca uma sensação de leveza e de liberdade incríveis.
Tem uma poesia do Mário Quintana que fala sobre a importância das perguntas, pois “as respostas são muitas, mas a tua pergunta é única e insubstituível”. A filosofia já falava sobre isso, ao questionar o mundo e assim descobrí-lo, como uma criança que acaba de nascer e não tem pressupostos, nem age de acordo com as convenções. Ela experimenta o mundo, e o faz de uma maneira muito particular.
Quero dizer com tudo isso, que os conflitos, as perguntas e os impasses são fundamentais e talvez mais importantes do que as soluções, pois eles falam algo profundo sobre nós, sobre a vida e sobre o que realmente faz a diferença. As respostas são apenas consequências de escolhas que surgem muito mais naturalmente quando a gente não pensa nelas. O futuro, o provável, o certo, só existem na nossa cabeça. Já o agora está presente o tempo inteiro, e por ser o único tempo que existe, é o único em que vale a pena viver.

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