O canto mais escuro da casa é o canto do meu contato.
O meu contato com o disforme, com o comprimido.
Eu-corpo de imagem vivida.
Eu-corpo animal-fantasmagórico.
A passagem é lenta, mas o passo é firme.
E os outros cantos surgem no auge da experiência.
Formando ondas rochosas de um vermelho opaco que não quer se dissipar.
Como eu gosto de vermelho.
O cheiro do contato lembra a terra da praça em que eu bricava na infância.
Era gostoso sentir a terra grundando nos meus pequenos dedinhos e depois roçando na dobradura interna do joelho.
Mas logo depois vinha o medo, e junto com ele a contenção.
O vermelho ia embora e ficava o preto.
Eu não gostava de preto.
Mas ele gostava.
2 comentários:
adorei
que bom, querido.
ando me aventurando no universo literário.
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