sexta-feira, 13 de maio de 2011

Pesadelo de primavera - parte 2

Em um exercício de esforço descomunal, consegui, lentamente, ir levantando os olhos do prato ao lado. Eu ansiava por saber a identidade do predador deste animal tão assustador, mas o meu estado de parilisia era tamanho que só pude chegar às suas mãos. Eram mãos brancas e delicadas. Mãos de quem nunca havia lavado uma louça, que dirá caçar e matar um frango falante.

Quando estava a ponto de aceitar a minha solidao – e insanidade – neste caso aparentemente insolúvel, pois o dono ou dona das maos que nunca haviam lavado uma louça certamente não eram responsáveis pelo ocorrido, percebi algo estranho na disposiçao dos alimentos do prato ao lado. O garfo e a faca, guiado pelas maos – ou não, pois se a comida fala não me admiraria descubrir que os talheres se movem sozinhos também – não tocavam o frango. Ao invés disso, no contato com o molho da salada, formavam um curioso desenho. Eu, na minha aguda ignorancia artística tinha dúvidas sobre que desenho era esse, mas tudo indicava que tratava-se de uma mandala.

2 comentários:

Luiza Moraes disse...

Foda.
O outro texto ta em processo. Aguenta ai!

Juliana Ben disse...

Nao tem pressa, babe. Só espero que o meu texto-carta-resposta tenha atendido às tuas expectativas e tenha te inspirado tanto qto o teu me inspirou, mas se nao rolou isso nao passa nada tb, outros melhores virão...