quarta-feira, 9 de junho de 2010

Um porto em mim

A encosta poética da tua língua conduz aos mais cobertos ensejos do meu porto. O portátil sentido do teu retrato refaz as linhas de prata e púrpura que carrego comigo. O esperado sonho da noite é o sonho do dia. É o prelo do asfalto. É a luz da tua boca na minha rima. É o dia do teu pouso em mim.

Às vezes, te tomo em graça. Outras, te pego por dentro. Outras ainda, vago a tua procura. E o encontro é sempre mais intenso do que a busca. E a busca nem sempre é leve. E o encontro nem sempre é todo. E o vazio pós-encontro é sempre duplo. E o querer-sempre-estar-e-nunca-mais-partir é sempre nosso.